A ternura dos 40 (ladrões?)
Recentemente, assistimos todos ao triste espectáculo da ida de Paco Bandeira a tribunal a propósito de uma acusação de violência doméstica.
Numa perspectiva meramente racional, não faço ideia se o cantor é ou não culpado. Contudo, o meu lado puramente instintivo diz-me que sim.
Mas isso não importa para aqui. Importa sim o comportamento deplorável da criatura à entrada do tribunal, brincando com uma situação que nada tem de graciosa. Um claro desrespeito pelas mulheres que o rodeavam – e que, espantosamente, não tiveram outra reacção que não a de sorrir (medo, seria? Ou pura estupidez?), tal como pelo próprio tribunal.
Bem como à saída, quando depois de ter deixado os sorrisos maliciosos e as graçolas dentro da sala de audiências resolveu mostrar o seu verdadeiro carácter ou falta dele, interpretem como quiserem. Talvez o seu sentido de humor sem graça nenhuma tenha ficado em prisão preventiva. Aposto que o juiz (ou a juíza) não achou graça nenhuma…
É nestas alturas que agradeço aos deuses não ser a feliz proprietária de um veículo automóvel de topo de gama ou de uma arma de fogo ilegal. E também de não me cruzar habitualmente com Paco Bandeira. A tentação de o atropelar – correria alegremente o risco de estragar a pintura do carrinho dispendioso – ou de gastar preciosas munições seria demasiado grande para resistir…
Não que eu defenda o uso da violência como resposta à violência, mas sou apenas humana… E uma humana cheia de defeitos. Contudo, tenho muito mais qualidades. E uma delas é precisamente esta: a de dizer (ou melhor, escrever) aquilo que muitos pensam mas dizem que não.
Deve ser a ternura dos 40…