Mês: Dezembro 2017
As minhas “estórias” do meu bairro IX
As minhas “estórias” do meu bairro IX
A ideia de criar um conjunto de pequenas crónicas sobre a Penha de França surgiu depois de ter escrito o livro sobre esta que é a minha freguesia, um documento meramente objetivo e informativo. No entanto, a verdadeira inspiração partiu de um projeto da Biblioteca da Penha de França denominado “Vidas e memórias de bairro”.
Esta iniciativa, que surgiu em 2015, é dirigida aos idosos da freguesia e pretende “recuperar e divulgar histórias de vida, vivências, testemunhos, relatos e memórias importantes e relevantes que estes desejem partilhar e preservar”.
“Vidas e memórias de bairro” tem lugar todas as sextas-ferias à tarde, entre outubro e maio e parte de “sessões denominadas “oficinas comunitárias da memórias” durante as quais é trabalhado um determinado tema relacionado com o património material e/ou imaterial da freguesia”.
In
http://blx.cm-lisboa.pt/vidasmemoriasbairro
O Natal
A forma de viver a época de Natal mudou muito nos últimos 40, 50 anos.
Nos Natais da minha infância, o bairro não tinha iluminações de rua, tal como muitos outros recantos de Lisboa.
Na altura, o brilho das luzes era coisa das zonas mais nobres da cidade, como a Baixa ou Alvalade, para onde toda a gente corria para comprar as prendas. Sem centros comerciais, era ali que os pais e as mães e os avós Natais encontravam as maiores modernicies da época que nos deixavam de boca aberta na noite de 24 para 25.
Já os bairros como o meu, a luz e as cores natalícias mostravam-se nas montras das tabacarias e nos pinheiros enfeitados dos cafés e das mercearias, onde os clientes penduravam notas de diferente valor. Passeando pelas ruas de nariz no ar, podíamos descobrir alguns pelas luzes fraquinhas a brilhar através dos vidros. Porque, afinal, as decorações eram feitas para a família mas com tanto orgulho que se encostavam às janelas e varandas fechadas para que os vizinhos tivessem um vislumbre do que se passava dentro de casa.
Havia também quem pintasse figuras alusivas à época nos vidros, com “neve” em spray ou colasse os bonequinhos que as crianças faziam na escola. Nesta época do ano, as escolas eram um verdadeiro espaço industrial de pequenos seres desenhadores de supostas bolas, sinos, azevinhos e anjinhos de todas as cores que existiam nas latas de lápis de cor e que inundavam o edifício da própria escola e as casas de cada um.
Existia assim como que uma saudável competição para saber quem tinha a decoração mais bonita, uma espécie de filme americano numa versão mais à nossa medida…
Lembro-me em particular de dois exemplos, perto da minha casa: o da cabeleireria Lina e o de uns ilustres desconhecidos de um prédio de esquina. Pensando bem, os dois prédios são prédios de esquina…
O da cabeleireira Lina, dada alguma proximidade das famílias, costumava ver dentro da própria casa. Ao que parece, dizia-se nesta zona do bairro, era das maiores árvores das redondezas e ostentava o título de melhor decoração. Claro que, uma vez que era de uma cabeleireira que toda a gente frequentava, era o pinheiro mais visto do bairro e arredores.
O outro ficava meio escondido numa varanda meio hexagonal – é assim que me lembro dela e não me apetece chegar à janela para confirmar – que se mantinha fechada quase todo o ano, como se os seus proprietários pretendessem manter uma aura de mistério em redor de si mesmos. Mesmo da rua, percebia-se que era um pinheiro enorme e carregado de luzes que brilhavam ao longe. Nunca soube quem morava ali, naquela varanda quase hexagonal, por cima da mercearia, num prédio de esquina.
Os pinheiros eram naturais, arrancados à natureza ainda crianças, sem qualquer ideia do prejuízo causado. Eram assimétricos, um tronco torto, um ramo demasiado saliente, agulhas que se agarravam à roupa e que deixavam um rasto desde a loja onde se compravam até ao seu destino final. E a resina? Ui, essa representava um perigo que, suspeito, não passava de um mito urbano: fazia o cabelo cair!
As árvores de Natal daqueles tempos compravam-se nas mercearias e nas drogarias, coisas também muito naturais naquela época e que já vão rareando.
A minha era comprada na Rua Castelo Branco Saraiva, mas não me lembro em que tipo de loja.
O primeiro problema era transportá-la para casa.
O percurso não era longo, mas implicava contornar diversos obstáculos, não bater em ninguém, atravessar ruas e, finalmente, subir as escadas do prédio.
Depois seguia-se a complicada tarefa de a instalar, de forma segura e permanente, na sala. Arranjava-se um vaso e folhas de jornal que se enrolavam à volta do tronco torto, apertando-o até se ter a certeza que não tombaria. Por fim, era preciso um papel de embrulho bonito, de preferência com bolas e sinos. para esconder toda aquela salganhada.
O último problema, e provavelmente, o maior, era a decoração.
Lá vinham as irritantes fitas brilhantes, que largavam tantas ou mais “agulhas” que o próprio pinheiro, as luzes que todos os anos tinham uma ou duas lâmpadas fundidas, as bolas que perdiam bocados de tinta a casa utilização, as pinhas falsas prateadas e douradas e um ou outro pináculo gigantesco que ninguém sabia muito bem o que representava. Respirava-se fundo e atirava-se com tudo para cima do pobre do pinheiro até ele desaparecer. Por último, disparava-se com o frasco de spray de tinta branca a fingir neve. Ou então espalhavam-se pedaços de algodão…
É por estas e por outras histórias que vos deixo a melhor sugestão para oferecer a alguém no Natal. Podem encontrá-la nas livrarias e papelarias da Penha de França, bem como noutros pontos da capital. Ou então, online.
“Penha de França Do Rio à Colina”, Sandra Terenas
Edições Fénix
Com o apoio da Junta de Freguesia da Penha de França
Penha de França do Rio à Colina”, procura levar ao conhecimento dos cidadão o património cultural e a identidade própria da Freguesia da Penha de França. É este território, que inclui o Tejo e o ponto mais alto de Lisboa, o Miradouro da Penha de França, que constitui a fronteira entre o centro histórico e a zona oriental da capital.
Ofereçam livros, este em particular
À venda em todas as livrarias e online
Galileo satellites with Portuguese tech
FEATURE: Portuguese tech on Galileo satellites
Ariane 5 places 4 new Galileo satellites in orbit in 82nd consecutive succefull launch
Aboard follows a real-time operating system created by Portuguese engineers, the RTEMS by Edisoft that manages all the functionalities of each of the satellites.
Edisoft has in-depth knowledge of embedded systems, being recognized by its expertise on real-time operating systems and safety critical software development processes. EDISOFT has produced a space-tailored version of the real-time operating system RTEMS (RTEMS by EDISOFT), which is qualified for space flight and is in operation in the GALILEO and SENTINEL satellites.
RTEMS is a RTOS based on open standards dedicated to critical applications.
Real-time operating systems
Embedded systems, being recognized by its expertise on real-time operating systems and safety critical software development processes. EDISOFT has produced a space-tailored version of the real-time operating system RTEMS (RTEMS by EDISOFT), which is qualified for space…
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Clube Espacial Português
Clube Espacial Português
©Clube Espacial Português
The Clube Espacial Português (Portuguese Space Club) is a young organization founded by Vasco Pinheiro with the main purpose to captivate citizens for the development of space exploration.
Therefore, through different online platforms, the lovers of the space exploration can know the most recent news through the divulgation of the activities promoted by the diverse entities involved in the space exploration.
Rocket ESTES Wild Flyer with a Klima A6-4 engine ©Clube Espacial Português
O Clube Espacial Português é uma jovem organização fundada por Vasco Pinheiro cujo principal objetivo é cativar os cidadãos para o desenvolvimento da exploração do espaço.
Desta forma, através de diferentes plataformas online, os amantes da exploração espacial podem conhecer as mais recentes novidades através da divulgação das atividades promovidas pelas diversas entidades envolvidas na exploração do espaço.
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“Primeira edição do Fundo de Conservação dos Oceanos, promovido pelo Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul, aposta na investigação de instituições portuguesas sobre espécies ameaçadas e com uma imerecida má fama.