O verdadeiro Pokémon


Axolote

Vem do México e é uma salamandra que mantém o aspeto larvar mesmo depois de adulta. A sua popularidade enquanto animal de estimação tem aumentado nos últimos anos e, apesar de ter um sósia virtual na série Pokémon, esperemos que não tenha tantos caçadores. Senhoras e senhores, o axolote.

Ambystoma mexicanum

Ordem: Caudata Família: Ambystomatidae

O aspeto quase alienígena da salamandra mexicana inspirou os autores dos Pokémon na criação de um dos personagens
Credits: Futurism.com

Salamandra com aspeto larvar mesmo no estado adulto (neotenia). 

Comprimento total: até 30 cm. Distingue-se pela presença de 3 pares de brânquias externas plumosas nos dois lados da cabeça. Apresenta barbatana caudal desde a parte terminal da cabeça até à extremidade do corpo. Os membros são curtos e fracos, constituídos por cartilagem. Pulmões rudimentares. A pele é escura podendo variar entre o cinza e o castanho, muitas vezes com manchas. Indivíduos albinos são comuns.

Apesar de anfíbio é uma espécie exclusivamente aquática durante todo o seu ciclo de vida. São agressivos entre si, podendo morder e mutilar partes de outros indivíduos como as brânquias ou os membros. Têm, no entanto, uma grande capacidade de regeneração dos tecidos e mesmo órgãos. 

Dieta: alimenta-se de tudo o que conseguir caçar: insetos aquáticos, moluscos, artrópodes e peixes. 

Espécie ovípara com fertilização interna. O macho liberta pequenas bolsas cónicas de espermatozóides e atrai a fêmea até ao local. Esta, aproxima-se e recolhe uma parte através da cloaca. 

Época de acasalamento: pensa-se que varie consoante a temperatura da água. No habitat natural pode ocorrer entre dezembro e junho. 

Postura: cada fêmea pode depositar 200-1000 ovos por postura, dependendo do tamanho da fêmea. Os ovos ficam aderentes à vegetação do meio devido ao revestimento gelatinoso que os cobre. 

Duração da metamorfose: não ocorre espontaneamente, no entanto, pode ser induzida artificialmente. 

Maturidade sexual: cerca de 12-18 meses.

Criticamente em Perigo (segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza). 

Principal ameaça: redução do habitat por ocupação humana, captura para o comércio ilegal de espécies exóticas e para alimentação das populações locais.

In 

http://www.zoo.pt/site/animais_detalhe.php?animal=208&categ=2

Curiosidades

Um axolote em stress aponta as guelras para frente, enrolando a ponta do rabo em situações extremas.
As luz muito forte assusta-os, enquanto a muito escura os deixa sonolentos.

Os axolotes não mastigam, engolindo tudo inteiro.

O axolote é capaz de regenerar membros do corpo (e até mesmo órgãos!), e a perda de um membro ou guelra não é letal, desde que o ferimento não seja muito grande. Se isso acontecer, o axolote formará um tipo de bolor branco/cinza claro na ferida. Isso é natural e ajuda com o processo de cura.

Axolote quer dizer cão de água.
Os animais hoje em cativeiro descendem de uma população importada no século XIX em França e que foi colocada no Jardin des Plantes.

Onde o Tejo se faz ao mar


TRAFARIA

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A Trafaria fica localizada na margem esquerda do rio Tejo entre o Bico da Calha e o Portinho da Costa. Na Cova do Vapor (uma localidade com casas em madeira, a maioria utilizada como segunda habitação)  dá-se o encontro do rio Tejo com o Oceano Atlântico.

Aos habitantes da Trafaria dá-se o nome de trafarienses.

Ao que tudo indica a origem da Trafaria remonta a um pequeno aglomerado de pescadores, sendo hoje aliás uma das actividades da população da Trafaria, se bem que em número reduzido.

Em 1565 (7 de agosto), o cardeal D. Henrique, mandou edificar um lazareto destinado às quarentenas das tripulações vindas de locais atingidos pela peste.

O acontecimento mais marcante na sua história valeu ao Marquês de Pombal ser apelidado de «Nero da Trafaria» por Camilo Castelo Branco, em «Perfil do Marquês de Pombal»: a 24 de Janeiro de 1777, altura em que viviam na região cerca de cinco mil pessoas, o Marquês de Pombal ordenou a Pina Manique que levasse 300 soldados em faluas do Tejo e incendiasse a Trafaria, por esta albergar centenas de rapazes que fugiam da vida militar. Os que não morreram no incêndio foram obrigados a ingressar nas fileiras militares.

A povoação de Trafaria foi, entretanto, reconstruida.

Entre a Trafaria e a Costa de Caparica existe um grande pinhal, de plantação relativamente recente (sec. XVIII), pertencente ao Estado, com o qual se pretendeu fixar as dunas da costa e com duas valas de drenagem enxugaram-se as terras pantanosas entre a Arriba Fóssil e o Oceano Atlântico.

Na Trafaria existem vários fortes desactivados, estavam incluídos no conjunto defensivo da barra e porto de Lisboa: Alpena, 1 e 2 e Raposeira (lugar da freguesia de Trafaria) 1 e 2.

m 1873, estabeleceu-se na região uma fábrica de dinamite de um  engenheiro francês, referido como Combemale. No decorrer do século XIX observou-se um maior desenvolvimento da localidade, com presença de algumas novas indústrias: duas fábricas de conservas de peixe e uma de produção de guano de peixe. 

Nos finais do século XIX, a Trafaria começa a ser frequentada pela burguesia vinda da capital, durante o Verão. Desenvolveu-se um plano urbano e começaram a ser construidos prédios para alojar os veraneantes. Surge mesmo um casino. Em 1901, a rainha D. Amélia inaugurou na região a primeira colónia balnear do País.

De parte do território da Trafaria foi constituída, em 1949 (Decreto-Lei N.º 37301, de 12 de Fevereiro), a freguesia da Costa da Caparica. Na década de 1950, acentuou-se a recessão das areias do litoral da Cova do Vapor que irá fazer perder algumas centenas de hectares de praia e floresta de pinheiros. Em 1970, a Trafaria tinha 6 145 habitantes, para dez anos depois ter 6 489. Foi elevada a vila pela lei 79/85 de 26 de Setembro de 1985.

Frei João de Sousa afirma, em «Vestígios da Língua Arábica em Portugal», que a palavra provém do vocábulo árabe «Tarifa», que significa «cousa extrema, final ou última». 

A. Baldaque da Silva defende que o nome tem origem num dizer dos pescadores de Setúbal, que costumavam ir pescar com tarrafa para a região e que carregavam o «r»: «Vamos à Tarrafa à ria». 

David M. Lopes alega que o termo deriva da junção do elemento árabe «Traf» (ponto ou cabo) com o vocábulo latino «Arena» (areia), e da transformação fonética de «Trafarena».

50 anos a ligar Lisboa e Almada


A maior ponte de vão suspenso da Europa

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“No ranking das pontes rodoferroviárias relativamente ao maior vão suspenso, a Ponte 25 de Abril ocupa a 1.ª posição na Europa e a 3.ª no mundo.

A Ponte possui duas torres de cerca de 190 m de altura e um comprimento total entre ancoragens de 2.300 m, dos quais 1.013 m de vão central. Cada cabo principal tem 58,6 cm de diâmetro e é composto por 11.248 fios de aço.

A Ponte obrigou à escavação de 6,6 milhões de metros cúbicos de rocha e solos, consumiu 300.000 metros cúbicos de betão e 82.000 toneladas de peças de aço. 

Cada torre de aço demorou mais de quatro meses a ser implementada.

Os dois cabos principais pesam 8.000 toneladas e foram construídos in loco.

A viga de rigidez foi construída por secções de 300 toneladas cada, transportadas por barcaça e içadas uma a uma.

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Apesar da sua imponência, a Ponte 25 de Abril é uma estrutura dinâmica e leve, flexível e com elasticidade: não quebra; verga e resiste. É resiliente ao atrito, ao vento e aos movimentos tectónicos.

Por ação da temperatura e das cargas rodoviárias e ferroviárias atuantes, o tabuleiro rodoferroviário pode movimentar-se longitudinalmente nas extremidades até 1.50 m (± 0,75 m em relação à posição de referência) e o topo das torres pode oscilar até ao máximo de 2.0 m (± 1.0 m relativamente ao seu alinhamento vertical). Com a cessação de qualquer carga, o comportamento elástico da Ponte permite-lhe retomar as suas características iniciais (posição espacial e dimensões).”

 

In http://www.infraestruturasdeportugal.pt/centro-de-imprensa/50o-aniversario-da-ponte-25-abril

 

Ponte 25 de Abril


Os meus 46 anos de Ponte 25 de Abril

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A Ponte sobre o Tejo, popularmente conhecida como 25 de Abril ou também como a irmã mais nova da Golden Gate, de São Francisco, completa no próximo sábado 50 anos. Trata-se de uma das mais emblemáticas obras públicas portuguesas, ligando as cidades de Lisboa e Almada através dos modos rodoviário e ferroviário.

Eu nasci quatro anos depois da inauguração da travessia, pelo que esta sempre fez parte da minha vida e sempre teve o mesmo nome, aquele pelo qual continuo – eu como tantos outros – a tratá-la: Ponte 25 de Abril.

Para mim, a ponte sempre fez parte da paisagem do estuário do Tejo, quase como se fosse um elemento natural. Dela guardo memórias de fins de semana e férias passados na Margem Sul, como o caminho divertido sobre o rio que tínhamos que fazer para chegar ao ambicionado e longínquo destino. Para mim era divertido. Calculo que para os adultos não fosse tanto.

É difícil lembrar-me de algo que me divertisse tanto como ouvir o ruído das rodas do Carocha azul do meu avô a deslizar sobre a grelha que componha metade do tabuleiro rodoviário. Ainda hoje conseguiria identificar o som se alguém o pudesse reproduzir. Como divertido era espreitar lá para baixo, por entre as ranhuras da grelha, e ver o rio ali tão ao pé.

Como fez parte da minha vida o buzinão contra Cavaco Silva, então primeiro-         -ministro, e que causou tal confusão no centro da cidade que me fez chegar tardíssimo a casa.

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Ou a construção do tabuleiro ferroviário – projetado de início mas que apenas décadas depois se viria a concretizar – e que tive a oportunidade de acompanhar a título profissional, tal como a respetiva inauguração. Ainda tenho o relógio oferecido na época aos convidados que fizeram a primeira travessia ferroviária do Tejo em Lisboa.

Depois disso, são incontáveis as vezes que já passei de uma margem para a outra através da 25 de Abril. Sim, digam lá o que disserem, mudem quantas vezes vos apetecer, justifiquem-no com provas científicas, para mim esta será sempre a Ponte 25 de Abril. Sem direito a quaisquer explicações.

 

Para conhecer mais em detalhe a sua construção e o relato, na primeira pessoa, de quem nela trabalhou, aqui fica o link para a reportagem emitida no programa Linha da Frente, na RTP, no passado mês de Abril.

Linha da Frente – RTP