O dia em que a Mãe Rússia embalou o seu filho gaulês
Gérard Depardieu sempre foi um dos meus actores preferidos, encarnasse ele um jovem homem que divide uma mulher com outro, o Balzac, o Obélix ou o adversário político do marido da sua paixão de juventude, não me venham com coisas, é difícil fazer melhor.
E sempre polémico, o que me agrada. Agrada-me a sua coragem para fazer o que lhe der na real gana e não mostrar qualquer arrependimento e a sua recente decisão de abandonar França para evitar o pagamento de pesados impostos não foi excepção.
Concordo? A quente, não. Naturalmente, o mais lógico, mais racional e mais funcional é que cada cidadão e empresa pague impostos de acordo com os seus rendimentos ou lucros.
Mas não sou hipócrita o suficiente para fazer de conta que, se fosse eu no lugar dele, não faria o mesmo. Tudo bem, podem parar de gritar que eu já ouvi o imenso oceano de protestos. O certo é que, se a fortuna dele fosse minha, muito provavelmente eu também me punha a andar para onde pudesse pagar menos impostos.
E ao grande (em todos os sentidos) Depardieu não faltaram braços abertos desejosos de o acolherem (também eu lhe abriria os braços se ele assim o quisesse…) a começarem pela Bélgica, a grande “rival” cultural da França – basta lembrarem-se de como o mais famoso belga do mundo ficava irritado quando o confudiam com um francês – e a acabar na mãe Rússia, pela qual ele optou. Naturalmente, quem poderia recusar os braços de uma mãe, para mais, contando com um padrinho – sem outras conotações – com Vladimir Putin?
Claro que a “oferta” feita pelo sr. Putin tem água no bico: não é preciso muito para ver que se trata de uma manobra de marketing político, que poderá até não ter grandes efeitos no meio internacional mas que resulta como uma cereja no topo do bolo a nível interno. De facto, podem acusá-lo de muit coisa, mas de ser estúpido não podem, com certeza.
A propósito, alguém sabe como é que se pode entrar em contacto com o Sr. Putin? Estou a ponderar a possibilidade de lhe pedir asilo político. Considerando a situação de Portugal e, em particular, a minha, até o coração mais empedernido se derrete.
Quando ao Depardieu, esse irei encontrá-lo em breve. Pessoalmente para lhe abrir os braços e esperar que ele me carregue ao colo até Moscovo.
Gérard Depardieu IMDb Mini Biography By: Yuri German <blsidt1@imf.org>
Date of Birth
27 December 1948, Châteauroux, Indre, France
Birth Name
Gérard Xavier Marcel Depardieu
Height
5′ 10¾” (1.80 m)
Mini Biography
Young delinquent and wanderer in the past, Gérard Depardieu started his acting career at the small traveling theatre “Cafe de la Gare”, along with Patrick Dewaere and Miou-Miou. After minor roles in cinema, at last, he got his chance in Bertrand Blier’s As Bailarinas (1974). That film established a new type of hero in the French cinema and the actor’s popularity grew enormously. Later, he diversified his screen image and became the leading French actor of the 80s and 90s. He was twice awarded a César as Best Actor for O Último Metro (1980) and Cyrano de Bergerac (1990), also received an Oscar nomination for “Cyrano” and a number of awards at international film festivals. In 1996, he was distinguished by the highest French title of “Chevalier du Légion d’Honneur”. He married Elisabeth Depardieu in 1971, and they divorced in 1996; she appeared with him in Jean de Florette (1986) and Manon das Nascentes (1986); their children Guillaume Depardieu and Julie Depardieu are both actors.