Ilhas Féroe


Ilhas Féroe

As Ilhas Féroe fazem parte do meu imaginário há muitos anos.

A minha curiosidade foi atiçada na década de noventa do século passado, quando alguém com quem convivia socialmente relatou as suas aventuras no distante arquipélago. As duas semanas de férias do meu conhecido foram tão ricas antropologicamente que dariam uma série do National Geographic. Felizmente, ele é um viajante e não apenas um turista.

Uma outra razão de peso para a minha curiosidade a respeito das Ilhas? Apenas alguns entenderão. Antes de serem um território autónomo da Dinamarca, foram norueguesas ao longo de 8 séculos. Que fique registado: não fazia ideia até à alguns minutos atrás.

Portanto, e aproveitando que Portugal e as Ilhas Féroe jogam hoje , aqui ficam alguns dados sobre o arquipélago dinamarquês.

 

Línguas  oficiais:          feroês e dinamarquês

Unificada com a Noruega    1035

Cedida à Dinamarca    14 de Janeiro de 1814

Transformação em região autónoma    1 de Abril de 1948

Área  Total:        1399 km²

População em 2010 (estimativa):                   48917 hab.

Moeda:      coroa feroesa (DKK)

A título de curiosidade, refira-se que as Ilhas não têm nenhum McDonalds e, em 2014, existiam apenas 3 semáforos, todos na capital. De igual forma, o território não tem nenhuma cadeia: Os condenados a penas de maior duração são enviados para a Dinamarca.

Ilhas Féroe  (em feroês Føroyar ou Føroyarland, em dinamarquês Færøerne e em nórdico antigo Færeyjar) são um território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.

O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². Na ilha maior (Streymoy), encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.

São autónomas desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem-se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca.

Como território autónomo da Dinamarca, as Ilhas contam com um Alto Comissário – representante da Rainha da Dinamarca, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Lagting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.

Em dinamarquês atual, o nome das ilhas é Færøerne, e na língua local (feroês), Føroyar. O nome tradicional em português, “Féroe”, provém do nórdico antigo Færeyjar, que significa literalmente “ilhas das ovelhas” ou “ilhas dos carneiros”, e chegou à nossa língua proveniente do francês Féroé.

Credits: Stig Nygaard
Tórshavn, a capital, situada na Ilha Streymoy Credits: Stig Nygaard

HISTÓRIA

A história conhecida do arquipélago inicia em 600 d.c. com sua colonização por irlandeses. A primeira menção conhecida das Ilhas Féroe foi feita pelo monge irlandês Dicuil em 82

Segundo a Saga dos Feroeses (de cerca de 1200), o primeiro colonizador foi um viking chamado Grímur Kamban, que aportou às ilhas em data incerta, pelos finais do séc. IX.

600 – 800 d.c. – Estabelecimento de monges eremitas irlandeses

825 – Conquista e colonização por vikings noruegueses

970 – 1280 – República

1135 – Torna-se país tributário à Coroa Norueguesa

1380 – Dinamarca e Noruega (incluindo as ilhas Féroe) realizam uma união monárquica

1655 – 1709 – O Rei da Dinamarca confia as ilhas à família von Gabel como um estado feudal

1709 – A coroa dinamarquesa novamente toma posse

1720 – Administrada como parte da Islândia

1776 – Administrada como parte do condado dinamarquês de Sjælland (Sealand – Zelândia)

24 de janeiro de 1814 – Reconhecida como possessão dinamarquesa pelo Tratado de Kiel

1816 – Recebe o grau de condado

12 de abril de 1940 — 16 de Setembro de 1945 – Ocupação britânica durante a II Guerra Mundial

14 de setembro de 1946 – Referendo aprova a independência (48,7% a 47%). A independência é declarada em 18 de Setembro de 1946. É anulada pela Dinamarca dois dias depois.

30 de março de 1948 – Governo autónomo é permitido.

GEOGRAFIA

As Ilhas têm uma morfologia muito acidentada, rochosa, com costas alcantiladas recortadas por profundos fiordes. Nenhum ponto das ilhas está a mais de 5 km do mar. O ponto mais alto é o Slættaratindur, na ilha Eysturoy, com 882 metros de altitude.

O clima é oceânico, marcado pela influência moderadora da Corrente do Golfo, o que, tendo em conta a elevada latitude, suaviza as temperaturas invernais. Em Tórshavn não se registam temperaturas médias mensais negativas, oscilando estas entre os 0,3 °C em janeiro e os 11,1 °C em Agosto. A média anual é de 6,7 °C. A amplitude térmica é assim muito reduzida, com verões frescos e invernos suaves. A precipitação aproxima-se dos 1400 mm por ano, com um mínimo relativo na primavera e verão. O céu é em geral nublado, com frequentes nevoeiros. São frequentes os ventos fortes.

POPULAÇÃO E CULTURA

Grande maioria da população das Ilhas Féroe é de ascendência norueguesa e escocesa. Análises recentes de DNA revelaram que os cromossomos Y da população das ilhas, que traça a descendência masculina, são 87% escandinavos. Estudos mostram que o DNA mitocondrial, que traça a descendência feminina, é 84% escocês.

As Ilhas Féroe tem pessoas de 77 nacionalidades diferentes.

Os recursos naturais são escassos. A vegetação – gramíneas – dos morros é utilizada para a criação de ovelhas. Em algumas partes da ilha de Suðuroy, existem alguns depósitos de lignito, úteis como combustível.

No mar – nos peixes – é que está a grande riqueza da nação feroesa. A pesca é responsável por 96 a 98% das exportações realizadas e praticamente todo o comércio deriva dos produtos capturados no mar. Dentro do limite de 200 milhas marítimas são encontradas espécies como bacalhau, arinca, argentina-dourada, faneca da Noruega, alabote, tamboril, peixe vermelho, pechelim, salmão e arenque. A piscicultura de salmão e truta é um setor que tem crescido e contribuído para o crescimento da balança comercial

O aeroporto Vagar (EKVG) é o único na ilha. Foi construído na segunda guerra mundial pelos militares ingleses, mas hoje é um aeroporto civil. Perto do aeroporto, existem 7 heliportos.

A cultura das Ilhas Féroe tem suas raízes na cultura nórdica. As Ilhas estiveram isoladas, durante muito tempo, dos principais movimentos culturais que surgiram em diferentes partes da Europa, o que significa que a população local conseguiu manter uma grande parte de sua cultura tradicional.

Apesar de uma rica tradição oral ter sobrevivido, a língua não foi escrita durante 300 anos, significando isto que todos os poemas e histórias foram transmitidos oralmente.

O principal festival das Ilhas é o Ólavsøka, que é realizado no dia 29 de julho e homenageia São Olavo. As celebrações são realizadas em Tórshavn, com início na noite do dia 28 e até ao dia 31.

in https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ilhas_Feroe

Mais info http://denmark.dk/pt/sociedade/groenlandia-e-ilhas-faroe/

 

 

Foto Stig Nygaard from Copenhagen, Denmark