Os Reis Magos
De acordo com a inspiração cristã, os Reis Magos deslocaram-se do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar Jesus Cristo.
Contudo, a sua real proveniência não é clara, até porque as pistas são poucas. De facto, o episódio apenas foi relatado no Evangelho de S. Mateus e de forma muito vaga. Os detalhes que chegaram aos dias de hoje foram sendo acrescentados ao longo do tempo.
À época, a designação “Mago” era dada pelos orientais à classe dos sábios ou eruditos, embora fosse uma das formas de identificar os astrólogos.
Pouco certo é também o número de Reis Magos, bem como os seus nomes.
De facto, algumas pinturas mais próximas do acontecimento mostram dois, quatro e até mesmo doze Reis Magos adorando Jesus. No que concerne aos nomes, as designações de Baltasar, Gaspar e Melchior (ou Belchior) surgiram posteriormente aos Evangelhos, no mesmo momento em que lhe foram atribuídas as características que chegaram até aos dias de hoje.
Assim, Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca (europeia) e descenderia de Jafé; Gaspar representaria a raça amarela (asiática) e seria descendente de Sem; por fim, Baltasar representaria todos os de raça negra (africana) e descenderia de Cam (os três filhos de Noé, que segundo o Antigo testamento representavam as três partes de mundo e as três raças que o povoavam naquele tempo). Desta forma, estavam representadas todas as raças bíblicas, ou seja, as únicas que se conheciam na época: os semitas, os jafetitas e camitas. Este facto simbolizava a homenagem de todos os homens na Terra a Jesus Cristo.
Contudo, esta ideia surgiu apenas no século XVI, século a partir do qual se começou a considerar que Baltasar era negro, de forma a que se pudesse abranger todas as raças.
O dia de Reis celebra-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto de Jesus Cristo, levando consigo três presentes:
Ouro (oferecido por Belchior): representa a nobreza de Jesus Cristo;
Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade de Jesus;
Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva amarga e simbolizava o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da Humanidade; simbolizava também Cristo enquanto homem.